Quanto
tempo a gente perde na vida?
Se
somarmos todos os minutos jogados fora,
perdemos
anos inteiros.
Sim,
depois de nascer, a gente demora pra falar,
demora
pra caminhar,etc.
E
aí mais tarde demora pra entender certas coisas.
Demora,também,
pra dar o braço a torcer.
Viramos
adolescentes (aborrecentes) teimosos e dramáticos.
E
levamos um século para aceitar o fim de uma
relação.
E
outro século para abrir a guarda para um novo amor.
Quando,
já adultos, demoramos para dizer
a
alguém o que sentimos.
Demoramos
para perdoar um amigo.
E
demoramos para tomar uma decisão.
Até
que um dia a gente faz aniversário.
Uma
idade qualquer que esteja no meio do trajeto.
E
só aí a gente descobre que o nosso tempo
não
pode continuar sendo desperdiçado.
Fazendo
uma analogia com o futebol,
é
como se a gente estivesse com o jogo
Empatado,
no segundo tempo,
e
ainda se desse ao luxo de atrasar a bola pro
Goleiro.
Ou fazer tabelas desnecessárias.
Quanto
esbanjamento.
E
esquecemos que não falta muito pro jogo acabar...
Sim,
é preciso encontrar logo o caminho do gol.
Sem
muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso.
Pois
tudo o que a gente quer, depois de uma certa idade,
é
ir direto ao Assunto.
Excetuando-se
no sexo, onde a rapidez não é louvada,
pra
todo o resto é Melhor atalhar.
E
isso a gente só alcança com alguma
vivência e maturidade.
Pessoas
experientes já não cozinham em fogo brando.
Não
esperam sentadas, não ficam dando voltas e voltas.
E
não necessitam percorrer todos os estágios.
Não
desperdiçam mais nada.
Uma
pessoa é sempre bruta com você?
Não
é obrigatório conviver com ela.
O
cara está enrolando muito?
Beije-o
primeiro e veja se ele, realmente,
interessa
e transmite algum
A
resposta do emprego ainda não veio?
Procure
outro enquanto espera.
Paciência
só para o que importa de verdade.
Paciência
para ver a tarde cair.
Paciência
para degustar um cálice de vinho.
Paciência
para a música e para os livros.
Paciência
para escutar um amigo.
Paciência
para aquilo que vale nossa dedicação.
Pra
enrolação, um atalho.
O maior
possível !
MARTHA
MEDEIROS
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