VISÕES DAS TENDAS INTERIORES




Trouxe flores vermelhas
para alegrar a tenda, frutas doces para adoçar a vida
Trouxe as cartas para falar do destino e também cestos para dispor perfumes,
oferendas pros que andam nos passos da estrada
Unguentos e óleos usei para amenizar dores
Cantigas e perfumes de incensos para afastar os males.
Usei tecidos de cores suaves, para repousar frontes cansadas dos que caminham sem rumo...
Olhei para os espaços sem fim em vibrações mudas, pedidos e preces ardentes,

para as almas tresloucadas.
Pulseiras tilintaram nos meus pulsos, quando de braços abertos,

pedi forças aos que andam nos caminhos da fortaleza
Para que olhassem os destinos humanos dos desumanos

que habitam dentro das tendas interiores de cada um...
Nos caminhos de pedras e de flores, vi pássaros cativos,
sem asas, semblantes dos nadas, feito sentinelas do inacabado

que vigiavam sem tréguas, os sem porquês...
Sem mais porquês fui tomando rumo, de volta ás fontes
que me dão de beber, quando percorro estes desertos áridos que se abrem,

com as visões que surgem, mostrando cenas das vidas que se desenrolam na terra,

pisando o chão de cada dia...

Zaíra

canalização/ Maria Inês de Paula Bomfim

Sob Pseudônimo Nyha Socigana
 
10/10/2007. ~ Direitos Sagrados ~
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